Os 7 Cumes do mundo

Vamos lá. Voltando aos temas de aventuras, que eu sei que muita gente se interessa! Hoje quero contar o que significa e o que são os 7 cumes no mundo do alpinismo. Estou bem longe de ter visto pelo menos um deles, mas são todos lindos, desafiadores e alguns até mortais. Vou contar tudo sobre cada um deles a vocês.

O termo 7 cumes surgiu em 1985 e é o projeto de montanhismo mais famoso do mundo. O que significa que todo alpinista (ou quase todos) deseja completar os 7 cumes. Mas o que significa esse termo? Eles colocaram nessa lista os 7 maiores cumes dos 7 continentes do mundo. A pessoa conseguir conquistar os 7 cumes, ela precisa fazer a ascensão completa de todos eles. Ir até o local, fazer a trilha ao campo base, ou algo do tipo, não funciona. Tem que colocar os pés lá no cume da montanha. Tarefa que não é tão simples assim e muitos já se vitimaram tentando realizar o feito.

Mas, quais são os 7 cumes? Em ordem crescente de altura temos a Pirâmide Carstenz com 4884m de altitude na Oceania. Na sequência temos o Vinson com 4892m de altitude e fica na Antártida. O Elbrus na Europa vem em seguida com 5642m de altitude. O Kilimanjaro com 5895m aparece como o pico mais alto da África. Aí temos o Denali com 6194m na América do Norte, depois o Aconcágua com 6962m aqui na América do Sul. Por fim, temos o ponto mais alto do mundo que é o Everest com seus poderosos 8848m, sendo o ponto mais alto do continente asiático.

Cada um deles tem suas particularidades, seus desafios, perigos e características. Cada um é de um jeito. Impossível dizer que uma subida seria parecida com a outra, pois não é. Em cada continente existe algo que vai deixar aquela montanha especialmente especial.

– Pirâmide Carstenz: é o menor de todos os 7 picos e o mais “fácil” para escalar. Por ser mais baixo, os problemas com o ar rarefeito são menores e a temperatura dele é a mais agradável de todos eles, tanto que não existe gelo no cume dele, mas pode haver glaciares nas encostas. A Pirâmide Carstenz fica na ilha de Nova Guiné, na província de Papau. É a maior montanha situada em ilhas do mundo. Para fazer a escalada, é necessário autorização do governo da Indonésia.

– Maciço Vinson: é de longe o pico dessa lista que as pessoas menos conquistam. Mas por quê, sendo que ele é quase o menor de todos? Bom, neste caso temos o agravante da temperatura, uma vez que estamos falando de Antártida. Se a temperatura no alto de uma grande montanha já é baixa, aqui ela será ainda menor. O clima na região é instável e tudo é muito isolado. Então, qualquer erro pode acabar em fatalidade. A temperatura nele fica em torno de -40º, mas não é usual isso cair ainda mais. Sem falar na sensação térmica que pode ser ainda mais congelante. Outro fator que reduz o número de escaladores no local é o alto custo para realizar a empreitada.

– Monte Elbrus: o ponto mais alto da Europa fica na Rússia, quase na fronteira com a Geórgia. É um vulcão extinto que fica a 20km da cordilheira principal do Grande Cáucaso. A escalada ao pico do Monte Elbrus não é tão técnica e pessoas normais se aventuram por lá durante o verão, principalmente. Mas o ar rarefeito devido a grande altitude e as baixas temperaturas, dificultam tudo. A trilha mais comum para alcançar o cume, é praticamente uma linha reta até o final. Mas existem diversas outras trilhas, mais difíceis e até com fendas para serem escaladas. É uma região linda, só isso já vale a pena. Para quem não quer escalar, existe um teleférico que te leva até 3.800 metros de altitude. Já dá para sentir um gostinho do que é estar no Elbrus.

– Monte Kilimanjaro: pra mim, o mais lindo dessa lista. Falando do conjunto todo, o que vemos lá de cima, é espetacular. O nome significa Montanha Brilhante (que lindo). Ela está situada ao norte da Tanzânia, bem perto da fronteira com o Quênia. É um antigo vulcão que hoje é coberto de neve e está bem no meio de uma planície de savana. Imagina! Coisa linda. Estima-se que até 2020, toda a neve do topo do monte estará derretida, devido ao aquecimento global que é uma realidade. Sua peculiaridade com certeza, são os animais selvagens e a flora rica que encontraremos por lá. O que já vale a pena a viagem, nem que seja para ficar somente no campo base.

– Monte Denali: ou também pode ser chamado de Monte McKinley, está localizado na Reserva de Denali, na Cordilheira do Alasca, nos Estados Unidos. Sua ascensão é complicada por conta de sua latitude. Por estar bem ao norte, as noites são longas no inverno e os dias são longos durante o verão. O fator do clima também ajuda a complicar, pois estamos falando de Alasca e mesmo nas épocas de calor, as temperaturas não são muito altas. Bom, se eu estivesse atrás de conquistar os 7 cumes (se eu fosse escaladora), esse seria um lugar que teria muita dificuldade no quesito medo. Pois o parque é abarrotado de ursos pardos comendo raízes e passeando por lá. Mas a vida selvagem ao redor do Denali é rica, assim como suas paisagens de tirar o fôlego. Na verdade, euzinha, fico na dúvida se acho esse cenário mais bonito, ou aquele que disse lá em cima do Kilimanjaro. Fico na dúvida sempre.

– Pico Aconcágua: esse é mais comum para nós, pois ele está aqui perto. Muita gente acha que ele está no Chile, por fazer parte da belíssima Cordilheira dos Andes, mas o que nem todos sabem, é que ele está na região da província de Mendoza, na Argentina. Na verdade, é normal cometer esse erro, pois ele está a apenas 15km da fronteira com o Chile. Com quase 7 mil metros de altitude, é o mais alto da cordilheira que tem muitos outros picos quase tão altos quanto esse. São dezenas e por incrível que pareça, tem gente que conquistou todos eles. É uma escalada técnica, difícil e que requer treinamento e habilidade. Não basta somente caminhar, como muitas outras montanhas. É necessário escalar. Existem algumas rotas para alcançar o cume, mas mesmo a mais simples, é cheia de obstáculos técnicos e não é recomendada para aventureiros. Mas uma vez lá em cima, é possível ver um deserto de um lado e o oceano do outro. Maravilhoso!

– Monte Everest: finalmente, a maior montanha do mundo. O ponto mais alto do planeta. O Monte Everest é disparado, o pico mais desejado por todos os escaladores do mundo. Não só escaladores, mas pessoas normais como eu ou você, desejam realizar essa aventura e escalar o Everest. Sua subida não é tão técnica quanto de outras montanhas (o K2 é alguns metros mais baixo e sua escalada é muuuuito mais difícil e muito mais gente morre por lá), mas é necessário muitos fatores para o sucesso da viagem. Muita gente ficou pelo Everest por conta de diversos fatores, mas erros humanos ou alterações bruscas climáticas são as principais causas de mortes por lá.

O ar é extremamente rarefeito devido a grande altitude (quase 9mil metros de altura) e isso piora tudo, fazendo com que o escalador tenha que levar cilindros de oxigênio. A temperatura é bem baixa, outro agravante. Fica em torno de -30ºC e -40ºC. Às vezes até mais baixa. Existem muitas histórias sobre os acidentes que aconteceram por lá, filmes, etc. E muita coisa sobre as aventuras de quem conseguiu realizar a proeza de conquistar o ponto mais alto do mundo. Além do dinheiro (que não é pouco) que precisamos ter para realizar a viagem, também é necessário treinamento pesado e contar com a adaptação do seu corpo para as condições do local.

O importante dizer, caso alguém que esteja lendo isso queira se aventurar pelo Everest ou qualquer outra montanha, é que não devemos desafiar a natureza. Se algo de errado acontecer (tantas coisas podem acontecer, como delírios ou mal estar por conta da altitude, frio extremo, falta de oxigênio, etc), não tente forçar. Volte para o campo base e tente de novo em outro momento. Sua vida é sempre em primeiro lugar. Os acidentes sempre acontecem quando as pessoas forçam a barra para subir. Mas eles se esquecem que depois da subida, tem a descida. É até engraçado escrever isso, mas os acidentes geralmente acontecem na descida. Cansaço, relaxamento após ter conquistado o cume, cansaço de novo, etc.

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