Marimbus e seus quilombolas, na Chapada Diamantina

 

O passeio a Marimbus foi o primeiro que fizemos em nossa viagem e era um dos que eu estava mais ansiosa para fazer. Antes de contar sobre o passeio, quero contar sobre essa região e sobre seu povo que vive ali, descendentes dos escravos. Eles são chamados de quilombolas. Podemos acessar essa região saindo de Lençóis ou de Andaraí. Nós fomos para lá saindo de Lençóis. Essa região também é conhecida como o minipantanal da Chapada Diamantina. Vão notar a semelhança ao ver as fotos. É um povoado (não é considerado cidade) de pessoas simples, mas que nos recebem com um sorriso no rosto. Eles plantam o que comem, tiram do rio seu sustento e são esquecidos pelos governantes.

O nome “marimbu” significa lugar pantanoso à margem do rio. Isso é bem a definição de Marimbus. É mesmo um pantanal menor, quando comparado com o pantanal que existe no Mato Grosso e no Mato Grosso do Sul. Águas calmas, repletas de peixes e plantas aquáticas se mesclam formando essa paisagem tão linda. E claro, podemos ver ao longe, belos montes das cordilheiras da Chapada Diamantina. São pássaros, borboletas e muitos insetos (não esqueça o repelente), mas fiquem tranquilos, pois não existem animais perigosos por ali (nem jacaré, nem cobras gigantes, nem nada).

O passeio de Marimbus é feito dentro de canoas, por quase 1h30m, descendo pelos rios e lagoas (as lagoas são interligadas devido a inundação que acontece por lá) de toda a região, que são alimentadas pelo Rio Santo Antônio. Não precisa ter alguma aptidão física para fazer isso, ok?! É só sentar na canoa e relaxar. Se quiser ajudar o guia (um dos quilombolas que sabe tudo sobre a região) a remar, será uma ajuda bem vinda. Como o passeio é feito o tempo todo sob o sol, chapéu e protetor solar é bem importante.

Como disse, o passeio dura quase 2 horas e descemos nas canoas pelas áreas inundadas. Ao longo de todo esse percurso, os únicos ruídos que escutávamos eram os pássaros cantando, a água batendo nos remos e na canoa e o vento balançando as árvores de forma preguiçosa. E claro, o click da minha câmera fotográfica que não parava nem um segundo. Foi maravilhoso conhecer essa região de Marimbus, o povo, sua história e todo esse ecossistema maravilhoso. O passeio superou minhas expectativas.

Ao final, deixamos as canoas no canto de um banco de areia e atravessamos o rio para irmos pegar uma trilha até o Rio Roncador, onde íamos tomar banho na cachoeira do Roncador e no Sonrisal. A cachoeira tinha vários caldeirões (como eles chamam os buracos que a água faz nas pedras e alguns são bem fundos) e teve namorado que se divertiu pulando em todos eles. Eu, só mergulhava onde dava pé e quando não sentia o fundo, gritava. Foi engraçado.

Uma dica é saborear a culinária caseira do local. Nesse dia, almoçamos em uma casa de moradora e comemos tudo muito típico. Palma (que é uma espécie de cacto que eles cultivam por lá), maxixe, carne de sol, arroz, feijão, farofa de açafrão, salada, etc. Só de lembrar o prato enorme que eu fiz, me dá fome. Estava tudo maravilhoso. Tudo muito simples, mas foi incrível. Inesquecível, para ser bem sincera.

A taxa do barco custa em média 40 reais por pessoa em grupos de até 5 integrantes. Mais do que isso, não cabe na canoa. Se tiver menos gente, o valor por cabeça aumenta um pouco. Vale a pena fazer esse passeio e ver de perto as belezas que a Chapada Diamantina nos oferece. Foi lindo demais ver tudo isso de perto. Recomendo super esse passeio quando estiver de viagem por lá.

 

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