Trilha do Guiné até Capão, na Chapada Diamantina

 

Como mencionei no texto anterior, estou oficialmente apaixonada pela Chapada Diamantina. Bem que o Ale me avisou! Mas agora já era. Vou ter que voltar mais vezes para lá e ir conhecer as outras chapadas do nosso país também. =) Gostei desse tipo de viagem mais de natureza e aventura, foi a primeira que fiz nesse estilo e amei! Agora vou contar com muitos detalhes como foi, o que fizemos e tudo que conhecemos. Tudo nos próximos posts. Começando pelo dia mais longo que tivemos, quando fizemos uma trilha enorme, mas maravilhosa.

Foi uma experiência única ter o privilégio de fazer essa trilha, considerada por muitos como uma das mais bonitas do mundo! E ela fica aqui no nosso querido e tão bonito Brasil, no coração da Chapada Diamantina, na Bahia. A trilha se chama Guiné Capão e tem quase 20km de extensão. Uma caminhada longa, porém maravilhosa onde passamos bem pertinho de vários pontos turísticos da Chapada.

Antes de começar a escrever sobre essa experiência maravilhosa, quero dizer o que é necessário para fazer algo desse tipo. Em trilhas em locais tropicais, de calor, não esqueça nunca o protetor solar e leve na mochila para repassar. Água a conta é mais ou menos 0,5l para cada duas horas. O Ale e eu, levamos dois litros para nós dois (porque ele não bebe muita água e passamos bem). Um lanche de trilha com sanduíches, frutas, sucos, ovo cozido, barras de cereais e doces. Roupas leves ajudam. Melhor ser calça e camiseta leve de manga comprida (daquelas que deixam a pele respirar e absorvem o suor, secando rápido também). Eu fui de shorts e camiseta.

Não morri (hahahaha), mas fiquei com as pernas e braços arranhados, parecendo que havia brigado com um gato. Chapéu ou boné para proteger a cachola e um calçado apropriado. Eu fiz de tênis e chegou um certo momento que meus tornozelos começaram a doer, pois o movimento de pisar em pedras e em terrenos irregulares, faz com que nossos pés comecem a sofrer e doer, pois não estamos acostumados com isso. O melhor são aquelas botas impermeáveis e rígidas que não deixam nossos pés se mexerem tanto. Ah! Claro. Uma mochila de no mínimo 35 litros e de qualidade é uma boa para guardar tudo.

Tendo dito tudo isso, começamos a trilha. Saímos do povoado pequeno de Guiné, onde nosso querido guia da Venturas, o Van (tivemos muita sorte em termos ele como guia durante essa semana, pois ele é disparado o melhor guia da Chapada Diamantina, ele sabe tudo de lá, de todos os assuntos, é incrível como o cara é uma enciclopédia), nos deixou e o outro guia, fez a travessia com a gente. Travessia que iria durar cerca de 8 horas.

Logo de cara, subimos. Quase uma hora subindo um morro entre pedras e vegetação média. Nada que exija um alto nível de técnica, mas é preciso estar com um mínimo de condicionamento físico para não sofrer tanto. Ao final da subida, nossa recompensa é estar prestes a entrar no meio dos gerais da Chapada. São planícies enormes e lindas, onde não havia população e nem sinal de civilização. Foi maravilhoso estar ali, nós (sortudos e privilegiados) e a natureza tão impactante da Chapada Diamantina. Nós, os gerais e os morros maravilhosamente lindos.

Nem precisa ficar com medo, pois ali os animais perigosos ficam longe dos humanos. Durante a semana toda, não vi nem sinal das cobras, aranhas e outros animais. Na trilha não foi diferente. O máximo que víamos eram lagartos pequenos, borboletas e alguns pássaros. Eu sou a mais cagona de todas. No começo fiquei pensando em onças e cobras gigantes, mas não tem nada mesmo! Até existem alguns animais que são sim perigosos lá na região (como cascavel e alguns caninos e felinos), mas eles realmente ficam longe das trilhas e pontos turísticos, justamente para não se encontrarem com a gente. Eles que são os espertos.

Durante a caminhada, paramos em alguns pontos que eles chamam de mirantes (mas na verdade é um mirante natural, porque tudo ali é totalmente intocado, sem nenhuma alteração do homem) e nesses lugares, tínhamos vistas de deixar qualquer um sem fôlego, de tão lindas que eram. Impressionante como a natureza lá na Chapada Diamantina é incrível de linda.

Caminhamos muito, praticamente o dia todo. Mas valeu a pena. Não aconteceu nada de errado, as paisagens eram lindas, o nosso grupo estava super sincronizado, um respeitando o tempo do outro (éramos em 5 comigo, o Ale, o guia e mais um casal que estava fazendo essa Volta ao Parque com a gente durante a semana toda). Éramos só sorrisos, todo mundo feliz e orgulhoso por ter completado essa travessia. Claro que na próxima vez que voltarmos, vou querer fazer outra (existem várias trilhas para se fazer por lá) e já falei pro Ale. Óbvio que ele topou na hora (hahahaha).

Foi maravilhoso ter tido essa experiência lá. Nunca tinha ficado tão imersa no meio da natureza e nunca tinha feito uma trilha tão longa (meu recorde anterior eram apenas 5h de caminhada em Bariloche). Foi maravilhoso. Pensei que fosse ficar com medo, que fosse acontecer algo de errado, mas não. Tudo foi perfeito! Amei! Acho que as fotos completam meu relato. Não tem segredo. É apenas caminhar (sempre com guia, isso é importante) e curtir os visuais. E claro, agradecer muito por estar ali. Foi um grande privilégio.

6 Comentários

    • Ana Beatriz -

    • 25 de setembro de 2018 at 20:59 pm

    Oi Talita! Adorei o Relato! Você fez essa trilha com agência? Quero fazer essa travessia, mas estarei de carro. Foi o seu caso? Sabe como seria a logística?
    Obrigada!

      • Talita Bortolussi -

      • 26 de setembro de 2018 at 10:44 am

      Ana. Obrigada por ter lido o artigo e comentado.
      Vou te mandar um email (apareceu o seu aqui) e te conto tudo.
      beijos!

        • livia -

        • 22 de julho de 2019 at 01:29 am

        Estou com esta mesma duvida sobre a logistica com o carro. Tem como ajudar? Obrigada!

          • Talita Bortolussi -

          • 22 de julho de 2019 at 12:21 pm

          Bom dia, Lili.
          Nós não estávamos de carro, pois fizemos tudo com a agência Venturas e os guias de lá.
          Eles nos buscaram na rodoviária, levaram ao aeroporto e fizemos todos os passeios com os carros deles.
          Se vc estiver de carro, não será possível fazer a travessia pois alguém vai ter que levar esse carro ao seu destino final, que no meu caso foi a cidade de Capão. Para aproveitar melhor a Chapada, é necessário ter guia e agência, pois vale mais a pena por conta da logística.
          Espero ter ajudado
          Beijos, Talita

    • Dina Gonçalves -

    • 4 de maio de 2019 at 02:50 am

    Olá, Talita!!! Estou indo pro Capão na próxima semana e me interessei por essa travessia? Poderia me dizer mais sobre a logística?
    Obrigada!

      • Talita Bortolussi -

      • 5 de maio de 2019 at 21:47 pm

      boa noite Dina. tudo bem? essa travessia só pode ser feita com guias. então recomendo que fale com o guia que está organizando sua viagem ou fale com guias diretamente lá na chapada. não recomendo que seja feita por conta, pois são caminhos que somente que conhece pode ir.
      boa viagem e aproveite a chapada!
      beijos!

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